À conversa com… A Electrex pretende posicionar-se no mercado como alta tecnologia em soldadura e corte a preços competitivos. Confirma que se diferencia pela fiabilidade dos seus produtos e pela excelência do seu serviço pós-venda.

A Electrex, sediada em Santa Joana, Aveiro, fabrica máquinas para soldadura e corte plasma, há mais de sete décadas. Confirma que se diferencia pela fiabilidade dos seus produtos e pela excelência do seu serviço pós-venda. Gonçalo Matos, João Alexandre Matos, João Francisco Matos, José Correia e Rui Filipe Matos são os membros da terceira geração da família Matos, que em 2017, resolveram tomar as rédeas da empresa.
Conta a história que a empresa foi fundada há 75 anos, em 2 de abril de 1946, por João Rodrigues Matos. A empresa chamava-se na época de Electrificadora do Vouga, que deu, posteriormente, origem à João R. Matos, S.A. – a primeira empresa portuguesa a desenvolver e fabricar uma máquina de soldadura em Portugal. De acordo com um dos cinco administradores, Gonçalo Matos, a produção de máquinas de soldadura, tanto através da marca Electrex como em regime de OEM, ocupa a maior fatia do volume de vendas. “Como possuímos o ‘know-how’ como fabricantes, temos dois sectores de reparação de máquinas e acessórios de soldadura, sendo estes: as reparações para as máquinas dotadas de tecnologia inverter e outro, para as máquinas dotadas de tecnologia convencional”, afirmou.
A empresa é também representante da Hypertherm para máquinas e acessórios de corte plasma, da Universal Robots para soluções robóticas de soldadura, da GPPH para mesas de soldadura e acessórios, da Jutec para mantas térmicas e material de proteção, da EWM para máquinas de soldadura e da Gloor para debitómetros e material para gases industriais. “Para além da Electrex, detemos também a marca própria OX, que criámos em 2004 para oferecer tecnologia de soldadura e corte acessíveis a todos. Estamos a apostar na área de acessórios e consumíveis bem como na área do material de proteção destinado à soldadura e corte.”, revelou.
Especializados em tecnologia de soldadura e corte e na personalização, o balanço é positivo. “É impossível sintetizar 75 anos de história em poucas palavras, mas são três gerações da família Matos a oferecer soluções de soldadura a um mundo em constante mudança.” acrescentou ainda. A Electrex pretende assim, posicionar-se no mercado como alta tecnologia em soldadura e corte a preços competitivos e diferencia-se pela fiabilidade dos seus produtos e pela excelência do seu serviço pós-venda. “Apesar de ser uma marca com mais de sete décadas de história, representa uma equipa jovem que pretende promover um crescimento em novos mercados internacionais, tendo em vista o alargamento da sua posição nos mercados atuais.” avançou.
Actualmente as principais preocupações no que respeita à satisfação do cliente são o produto e os serviços associados. Ou seja, relativamente ao produto, a Electrex ambiciona superar os critérios de qualidade, a relação qualidade/preço, a competitividade, a eficiência e a durabilidade. Quanto aos serviços, os empresários apostam no cumprimento dos prazos de entrega e no acompanhamento eficiente do serviço pós-venda, confirmando que “a satisfação do cliente é uma constante na nossa organização, sendo que a gestão da Electrex é delineada a partir do ponto de vista do cliente.” A exportação também é muito relevante para a empresa, com este indicador a situar-se, em 2020, nos 63% em relação ao mercado nacional. Estão presentes em diversos países, contudo, os principais são França, Espanha, Bélgica, Marrocos e alguns países do Médio Oriente.

Consciência ecológica
Em 2019, foi instalado um posto de carregamento para carros eléctricos e híbridos. Procedeu-se também à colocação de um novo telhado para instalar uma central fotovoltaica com 220 painéis solares. “A nossa pegada ecológica faz parte dos nossos valores”, disse. Em 2020, remodelaram também a linha de pintura, reparam o piso do sector de produção e reforçaram a estrutura traseira da fábrica.

Pandemia de COVID-19 e perspectivas para 2021
Os efeitos da pandemia COVID-19 em Portugal e no mundo já se fazem sentir um pouco por todos os sectores. Tendo em conta este cenário, a empresa elaborou um plano de contingência com vista a antecipar e gerir o impacto de uma eventual infecção por COVID-19. Gonçalo explicou que, para além disso, também colocaram em prática um plano de higienização muito rigoroso, cumprindo as normas da Organização Mundial de Saúde, do Centro Europeu de Controlo de Doenças Transmissíveis e da Direção Geral de Saúde. E, efectivamente, os impactos fizeram-se sentir. Em 2020, no segundo trimestre, a Electrex apurou um menor volume de vendas, em relação aos meses anteriores. “Digamos que conseguimos antecipar o impacto da pandemia com o recurso ao regime de ‘lay-off’ parcial e manter todos os postos de trabalho”, frisou. Em Agosto de 2020, a empresa deixou de recorrer ao regime de ‘lay-off’. “Em termos de contas finais, estimamos ter um decréscimo de 10% no volume de vendas de 2020, na medida em que conseguimos recuperar nos seguintes meses”, revelou. Apesar das dificuldades, para 2021, o sócio adiantou que terão muitas novidades, tanto com novos produtos, mas também com novas linhas de produtos. Neste sentido, está previsto o lançamento de duas novas séries de máquinas. “Temos um plano de investimentos muito ambicioso que pretende melhorar e ampliar o nosso sector produtivo e melhorar outras áreas. Este ano fazemos 75 anos e é um marco que queremos assinalar”, declarou. Do plano de investimentos faz também parte a remodelação do ‘layou-out’ da produção e a aquisição de novos equipamentos produtivos. “Num futuro próximo, esperamos lançar duas linhas de máquinas de soldadura, completamente reformuladas e soluções de automatização de soldadura”, rematou.

In “Diário de Aveiro”