Isabel Ferreira – soldadora de profissão
“não tive problema algum em integrar-me num ambiente masculino, aliás nós fardados somos todos iguais”
Aproveitamos o dia da Mulher para entrevistar uma soldadora. Isabel Ferreira é uma soldadora profissional numa metalomecânica de Viana do Castelo que afirma ter o privilégio de fazer o que gosta.
Electrex: O que a motivou a tirar o curso de Técnica de Soldadura?
Isabel Ferreira: O meu pai, a profissão dele era soldador, e daí o meu interesse desde pequenina por esta área.
Electrex: Uma pergunta à qual não podemos fugir: foi difícil para si enquanto mulher ingressar num mundo maioritariamente masculino?
Isabel Ferreira:Enquanto fiz o curso não, para mim o meu maior obstáculo foi quando procurei estágio em que as empresas me fecharam portas por não estarem preparadas para receber mulheres, falo a nível de condições, não há balneários femininos. Quando consegui estágio posso dizer que fui muito bem recebida e não tive problema algum em integrar-me num ambiente masculino, aliás nós fardados somos todos iguais.
Electrex: Qual a reação das pessoas quando lhe perguntam a profissão e a Isabel diz que é soldadora?
Isabel Ferreira: A maior parte das pessoas fica admirada, outras questionam-me se não tenho medo de partir as “unhas” (risos). Outras como sabem que o meu pai era soldador dizem que ele deve ter orgulho por lhe ter seguido as pisadas. É normal as pessoas terem estas reações, em Portugal as mentalidades ainda estão muito fechadas.
Electrex: Que conselhos daria a jovens mulheres que querem ser soldadoras?
Isabel Ferreira: Acho que as mulheres se realmente querem seguir esta área devem arriscar, independentemente do que outras pessoas possam pensar ou dizer. A melhor coisa que me aconteceu foi conseguir trabalhar nesta área onde me sinto realizada. Muitas pessoas levantam-se de manhã e parece que vão contrariadas trabalhar, eu vou contente porque juntei o útil ao agradável.